sábado, 13 de dezembro de 2008

UM AMOR DE TIA



Florisbela olha a paisagem e colhe cestas de lembranças – o que era pra ter sido e não foi!


– Devo fazer o que disse Tereza? E se não der certo?


Sempre foi calma e sonhadora. Tereza quer transformar minha tia numa guerreira feliz!


- Tudo na vida tem uma razão de ser – ela diz - basta acreditar!


Minha prima Tereza quer por que quer casar sua tia. - Pretendentes não faltam – ela diz.


- Mas acho que eles não estão nem aí para o amor “verdadeiro”, como nossa tia quer - Eu respondo.


- Você acha que eles só querem botar a mão na poupança dela?


- Tia Florisbela surtou. Passou a vida guardando dinheiro. Agora diz que não quer mais viver sozinha! – respondo, meio desconsolado.


- Quero ver tia Florisbela feliz! Vou ensinar ela a mexer no MSN e sites de relacionamentos!


- Você acha que ela consegue?


- Claro, ela é muito esforçada. Logo logo ela desencalha!


- Mas precisa também do orkut?



Conheceu um “cara”. Junto com a foto, a seguinte descrição: jovem carinhoso, compreensivo e inteligente.


Quando retornou do primeiro encontro, aguardávamos ansiosos.


- Tia, não acredito! – esbravejou Tereza.


- Que cara de pau – Eu rosnei.


- O safado era muito mais velho! Suas mãos tremiam, era meio curvado e banguela!


-Não é que ele também usou uma foto de TRINTA anos atrás?!


-Cretino - Eu pensei... Deve “dar em cima” de todas as donzelas nos bailes de terceira idade!


- Carinhoso, compreensivo e inteligente uma ova!



Sentou. Notou as paredes coloridas, respirou profundamente todos os perfumes e incensos. As cartas estavam espalhadas sobre a mesa. Olhou-as e teve bons presságios.


A mulher que estava sentada na sua frente foi logo dizendo:


- Captei! Ele se aproxima de você!
- Alma gêmea?


- Jovem, carinhoso, compreensivo, inteligente...


Coração aos solavancos, Florisbela quis saber todos os detalhes do futuro esposo... Por ela, ouviria durante horas. Correu para casa, olhou-se de cima até embaixo, de todos os ângulos, no maior espelho que tinha, sacou algum dinheiro da poupança, foi dar uma geral no salão de beleza.

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...